sexta-feira, 22 de maio de 2009

Procuro o meu boneco de vodu

Pode ou não ter caracóis e vários espetos espalhados pelo corpo. Pode ter várias cores e até estar roto. Pelo tratamento que tem recebido, é certo que estará em mau estado, e é possível que já cheire um bocadinho mal.

Quando te encontrar, pequena versão de mim inanimada, vou tratar-te muito bem, para compensar os abusos a que tens sido sujeito. Quanto a quem te usa e abusa, consigo imaginar na perfeição as atrocidades que iria cometer… vejo sangue, oiço o estalar dos ossos, os gritos… hummm boneco de vodu, vingar-te -ia com classe, a ti e a mim, pois confesso sentir-me deveras cansada com as dores reflexas de cada alfinete que, com tão pouca misericórdia, alguém insiste em continuar a espetar-te.

Já reuni uma trupe. Tenho amigas actrizes, com jeito para manusear armas, amigas na política, com excelentes dons de retórica e prós em vinganças, tenho amigas com capacidades sobre humanas, como a de provocar furacões, e tenha amigas com uma paciência de jó, para não descurar qualquer situação. Vou encontrar-te, vais ver.

E quando te vir, pela primeira vez, pois apenas te sinto, nunca contemplei os teus traços, vais perceber de imediato que tudo mudará… para mim, para ti, e para o(a) desgraçado (a) que insiste em continuar a brincar…

Procuro o meu boneco de vodu… ele anda por aí, maltratado…

Silvy

3 comentários:

  1. Havemos de o encontrar minha doce Siminha, pois há muito que nutro o desejo de o vingar...

    Takanita

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  2. Muita sorte tens tu em teres um boneco atormentado por alfinetes!O meu nunca o vi mas suponho que está na fabrica da Black&Decker a servir como objecto de ensaios de novas brocas e discos de rebarbadora.

    Kavilhas

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  3. ehehe, poças, imagino as mazelas das brocas ahahah

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